O número de famílias Guineenses em situação de insegurança alimentar aumentou de 19% para 22% entre março de 2022 e março deste ano. Esta é uma das conclusões do Sistema de Seguimento da Segurança Alimentar e Nutricional apresentado a 21 de março, em Bissau, durante o ateliê de restituição organizado pelo Programa Alimentar Mundial (PAM) em parceria com o Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural, e o Instituto Nacional de Estatísticas no âmbito da Ação Ianda Guiné! Kume Dritu, financiada pela União Europeia (UE).
Na abertura do ateliê participaram o representante do Ministério da Agricultura, João José da Costa, juntamente com o representante do PAM, João Manja, a Chefe de Cooperação da UE, Madleine Onclin, e o representante da Rede da Soberania Segurança Alimentar e Nutricional (RESSAN), Miguel de Barros.
Representantes de ministérios e instituições públicas nacionais, bem como organizações não governamentais e da sociedade civil ligadas à área da segurança alimentar e nutricional tomaram parte do evento, que iniciou com a apresentação dos resultados da situação da segurança alimentar e nutricional, destacando os níveis, a caracterização da população mais vulnerável e as causas.
De acordo com as conclusões do relatório, Quínara, Oio e Bafatá são as regiões mais afetadas pela insegurança alimentar, atingindo até 37% da população. O aumento de preços a partir de fevereiro de 2022 na sequência da crise russo-ucraniana é apontado como um dos principais fatores explicativos da situação apresentada. Verifica-se ainda que as comunidades rurais sofrem três vezes mais a insegurança alimentar do que as comunidades urbanas.
O ateliê também foi uma oportunidade para dar a conhecer cartografia dos atores e intervenções no domínio da Segurança Alimentar e Nutricional, bem como a plataforma DataViz, que disponibiliza informações atualizadas sobre os principais indicadores de clima, economia e segurança alimentar na Guiné-Bissau. Ambos os instrumentos foram desenvolvidos pelo PAM com o apoio da União Europeia e em coordenação com o governo da Guiné-Bissau.
O Sistema de Seguimento da Segurança Alimentar e Nutricional é implementado pelo PAM em parceria com o Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural e o Instituto Nacional de Estatística, com financiamento da União Europeia desde 2015.