Entre 23 e 30 de novembro de 2022 decorreu na zona sul da República da Guiné uma visita de intercâmbio entre os produtores de arroz de mangal apoiados pela Ação Ianda Guiné! Arrus, na Guiné-Bissau, e os produtores apoiados pelo projeto SARITEM, na vizinha Guiné (Conacri).
A Guiné foi escolhida como local de visita pelas semelhanças com a Guiné-Bissau na prática agrícola e pela mesma ecologia de mangrove que a da Ação Arrus, especialmente na zona de Tombali. Participaram da visita um total de vinte e quatro (24) produtores provenientes das zonas de intervenção direta da Ação das bolanhas situadas em Encheia, Tombali e do Setor Autónomo de Bissau (SAB), assim como seis (6) técnicos do Ianda Guiné! Arrus.
Houve troca de conhecimentos e experiências no domínio das técnicas utilizadas no cultivo de arroz e transplantação, uma melhor gestão das bolanhas, assim como a prática da rizipiscultura nas bolanhas de arroz de mangal.
Durante o intercâmbio as equipas visitaram alguns perímetros de bolanha, nomeadamente em Kondéyiré e Dikiyah, situados na comuna rural de Tougnifily na Prefeitura de Boffa; o perímetro de Sourikhouly na comuna rural de Kakossa, prefeitura de Forécariah, também o centro de processamento de arroz de mangal em Wonkifong na Prefeitura de Coyah. O objetivo destas vistas era analisar e discutir as caraterísticas e especificidades de cada perímetro, as questões técnicas sobre a preparação do solo, instalação de tubos para gestão da água na bolanha, o critério de escolha de lotes, os constrangimentos e benefícios da atividade em termos ambientais, económicos e sociais na comunidade. Por fim, foi realizado um ateliê de restituição em Tanene que mobilizou os parceiros técnicos locais, com o objetivo de conhecerem a Ação Ianda Arrus, as suas principais atividades, os resultados já obtidos e resultados esperados.
O intercâmbio foi muito rico, em termos de resultado foi bastante positivo e produtivo, com empenho e satisfação de ambas as partes na troca de experiências e conhecimentos. As principais lições retidas foram a nível de reforço das capacidades das técnicas de reabilitação das bolanhas de mangal, sobretudo a gestão de água nas parcelas, e, por outro lado, as técnicas de preparação do solo, ou seja, a semeação a plano.
A nível de transformação, conservação e comercialização, foram trocadas experiências sobre a organização e funcionamento do centro de transformação: zona de secagem, aparelho de aquecimento, armazenagem, processamento e comercialização; enfim, a delegação de produtores conseguiram ter uma visão global da realidade do setor de agricultura de mangal nas bolanhas da vizinha Guiné que, de certeza, contribuirá para que os produtores bissau-guineenses tenham um conhecimento mais amplo e realístico sobre as oportunidades, dificuldades e potencialidades que o desenvolvimento da cadeia de valor do arroz pode oferecer as famílias agricultoras na Guiné-Bissau.